Torta Capixaba: A Receita que é a Cara da Páscoa Brasileira (e que vai te fazer sentir no Espírito Santo!)
Aprenda a fazer a autêntica Torta Capixaba, um clássico da Páscoa brasileira, com todos os segredos e dicas!

E aí, minha gente! Chega mais pra prosear na cozinha!
Sabe aquela época do ano que tem cheirinho de peixe no ar, a família começa a se agitar e a gente já sonha com aquele almoço de feriado caprichado? Pois é, a Páscoa tá aí, e com ela vêm as tradições que aquecem o coração e, claro, forram o estômago. E se tem um prato que pra mim é a cara dessa celebração, que tem gosto de festa e de Brasil, é a Torta Capixaba. Ah, a Torta Capixaba... Só de falar o nome, minha boca já enche d'água!
Se você nunca ouviu falar, senta aqui, pega um café, que eu vou te contar tudo sobre essa maravilha. E se você já conhece, fica também, porque hoje eu vou te passar a receita da minha família, aquela que a gente guarda a sete chaves, cheia de truques e segredinhos pra torta ficar perfeita, cremosa, cheia de sabor e com aquela carinha de "comida de verdade", sabe? Aquela que abraça a gente por dentro.
Mas afinal, que Torta é essa que dá nome a um estado?
Primeiro de tudo, vamos botar os pingos nos is. Torta Capixaba não é uma torta com massa, daquelas que a gente vê em padaria. Nananinanão! Pensa num encontro apoteótico de frutos do mar, com bacalhau, siri, camarão, ostra... tudo isso misturado com um palmito que desmancha na boca e um tempero verdinho que, meu Deus, perfuma a casa inteira. É quase uma moqueca sólida, um suflê do mar, uma obra de arte da culinária brasileira!
A história conta que essa receita é antiga, coisa dos tempos da colônia, uma mistura da culinária portuguesa (olha o bacalhau aí, gente!), com a indígena e a africana. É um prato que nasceu no Espírito Santo e virou símbolo do estado. Fazer a torta na Semana Santa é mais que uma receita, é um ritual. As famílias se juntam, cada um ajuda um pouquinho: um desfia o bacalhau, outro cata o siri, outro pica os temperos... É uma festa na cozinha!
A tradição manda que a torta seja feita na panela de barro, aquela mesma da moqueca. E quem já comeu comida feita em panela de barro sabe: o sabor é outro, a comida fica quentinha por mais tempo, é outro nível! Mas calma, se você não tem uma, não precisa sair correndo pra comprar (apesar de ser um investimento e tanto, viu?). Dá pra fazer numa panela grossa ou até num refratário de vidro que vai ao forno. O importante é o amor que a gente coloca no preparo.
Os Mandamentos da Torta Capixaba Perfeita
Antes de botar a mão na massa (ou melhor, nos frutos do mar), tem umas coisinhas que você precisa saber. São aqueles "pulos do gato" que fazem toda a diferença entre uma torta "ok" e uma torta es-pe-ta-cu-lar. Anota aí!
- Capriche na dessalga do bacalhau: Esse é o passo número um e talvez o mais importante. Um bacalhau salgado demais pode arruinar sua torta. O ideal é deixar o bacalhau de molho na geladeira por pelo menos 24 horas, trocando a água umas 4 ou 5 vezes. Uma dica de vó: coloque as postas com a pele virada pra cima, porque o sal tende a se concentrar ali.
- Não tenha medo do tempero: Torta Capixaba é um prato vibrante, cheio de sabor! Abuse da cebola, do alho, do coentro, da cebolinha. Se você é do time que não gosta de coentro, tudo bem, pode substituir por salsinha, mas eu, particularmente, acho que o coentro dá o tchan que o prato pede.
- O palmito é a alma do negócio: Não economize no palmito e, se puder, use um de boa qualidade. É ele que vai dar a cremosidade e a base da nossa torta. Ele precisa estar bem cozidinho, quase desmanchando, pra se incorporar bem aos outros ingredientes.
- O ponto certo dos ovos: Os ovos entram no final, pra dar a liga. A gente bate as claras em neve pra dar leveza e depois mistura as gemas. O segredo é não cozinhar demais depois que colocar os ovos, senão a torta fica seca, parecendo uma omelete. É só o tempo de firmar!
Bora pra Cozinha? A Receita da Minha Família!
Chega de papo, né? Vamos ao que interessa! Pega o avental, liga um som gostoso e vem comigo fazer essa maravilha.
Ingredientes:
- 500g de bacalhau em postas, já dessalgado e desfiado
- 300g de camarão pequeno, limpo
- 300g de carne de siri desfiada (se achar fresca, melhor ainda!) -
- 200g de mexilhões (opcional, mas fica uma delícia) -
- 1 vidro grande (cerca de 500g drenado) de palmito pupunha ou açaí, picado grosseiramente -
- 2 cebolas grandes bem picadinhas -
- 6 dentes de alho amassados -
- 1 pimentão vermelho pequeno, picadinho -
- 1 maço de coentro fresco, picado -
- 1 maço de cebolinha verde, picada -
- 4 tomates maduros, sem pele e sem sementes, picados -
- 3 colheres de sopa de azeite de oliva extra virgem -
- 2 colheres de sopa de óleo de urucum (ou colorau) pra dar aquela corzinha linda -
- Sal e pimenta do reino a gosto (cuidado com o sal, o bacalhau já é salgado!) -
- 6 ovos -
- Azeitonas pretas e rodelas de cebola para decorar
Modo de Preparo:
1. O Refogado Mágico: Em uma panela grande e funda (de barro, se tiver!), aqueça o azeite e o óleo de urucum. Doure a cebola e o alho até ficarem bem cheirosos. É esse cheirinho que começa a chamar a vizinhança toda!
2. A Festa dos Sabores: Junte o pimentão e os tomates picados e refogue bem, até o tomate começar a desmanchar e formar um molhinho. Agora, adicione o palmito picado e refogue por uns 5 minutinhos. O palmito vai pegar todo o sabor desse tempero.
3. Entram as Estrelas do Mar: Agora é a hora da festa! Coloque na panela o bacalhau desfiado, a carne de siri, os camarões e os mexilhões. Misture tudo com cuidado. Adicione metade do coentro e da cebolinha picados. Tempere com pimenta do reino e, se precisar, ajuste o sal. Deixe cozinhar em fogo baixo por uns 10 a 15 minutos, até os camarões ficarem rosados e todos os sabores se misturarem. A cozinha já deve estar um perfume só! Desligue o fogo e deixe amornar um pouco.
4. O Toque Final dos Ovos: Enquanto o refogado amoorna, separe as claras das gemas dos 6 ovos. Bata as claras em ponto de neve bem firme, aquele que você vira a tigela e não cai, sabe? Em outra tigelinha, bata as gemas levemente com um garfo. Agora, com delicadeza, incorpore as gemas batidas ao seu refogado de frutos do mar já morno. Em seguida, adicione as claras em neve, misturando de baixo para cima, com cuidado pra não perder a aeração. É isso que vai deixar sua torta leve e fofinha!
5. A Hora do Forno (ou do Fogo): Se você estiver usando uma panela de barro, pode levar ela direto ao fogo baixo, com a tampa semiaberta, por cerca de 20 minutos, ou até a superfície ficar firme e douradinha. Se optou pelo refratário, despeje a mistura nele, decore com as azeitonas e rodelas de cebola, e leve ao forno pré-aquecido a 180°C por uns 25-30 minutos. O ponto é o mesmo: firme e dourada por cima.
Como Servir essa Obra de Arte?
A Torta Capixaba, por si só, já é um espetáculo. Ela é tradicionalmente servida com arroz branco soltinho, pra absorver todo o caldinho que se forma, e uma boa farofa. Tem gente que gosta de um pirão feito com o próprio caldinho da torta também. Fica a seu critério! O importante é juntar a família na mesa, servir uma porção generosa e ver a cara de felicidade de todo mundo.
E a bebida? Ah, uma cervejinha gelada ou um vinho branco leve caem como uma luva. É o casamento perfeito!
Não Tenha Medo de Inovar!
A receita que eu passei é a base, a tradicional. Mas cozinha é lugar de experimentar, né? Você pode trocar os frutos do mar pelos que mais gostar ou encontrar mais fácil. Pode adicionar lula, polvo... Se não for muito fã de bacalhau, pode fazer só com outros peixes brancos desfiados, como cação ou badejo. O importante é manter a base de palmito e os temperos verdinhos, que são a identidade da torta.
Uma vez, na correria, eu não tinha palmito suficiente e completei com banana-da-terra cozida e amassada. Minha nossa senhora, ficou divino! Deu um toque adocicado que surpreendeu todo mundo. Então, se joga!
E aí, gostou da nossa viagem pelo Espírito Santo sem sair da cozinha? Fazer Torta Capixaba é mais que cozinhar, é celebrar a nossa cultura, as nossas raízes. É um prato que tem história, que tem afeto, que tem gosto de Brasil.
Agora eu quero saber de você! Já comeu Torta Capixaba? Tem alguma dica de família pra compartilhar? Ou ficou com alguma dúvida? Me conta tudo aqui nos comentários! Vou adorar saber como foi a sua aventura na cozinha. Um beijo e até a próxima!
Qual é a sua reação?






