Fermentação Selvagem: A Arte de Fazer Seus Próprios Fermentados em Casa (Sem Medo de Ser Feliz!)

Aprenda a fazer seus próprios fermentados em casa, sem medo e com dicas para iniciantes. Uma terapia cheia de sabor!

Fermentação Selvagem: A Arte de Fazer Seus Próprios Fermentados em Casa (Sem Medo de Ser Feliz!)

E aí, gente! Prontos pra botar a mão na massa e virar cientista na cozinha?

Sabe aquela sensação de abrir a geladeira e ver um monte de potinhos coloridos, borbulhantes e cheios de vida? Pois é, hoje o papo é sobre isso! Vamos falar de fermentação selvagem, um nome que parece coisa de filme de aventura, mas que, na real, é um jeito incrível de transformar a sua cozinha num verdadeiro laboratório de sabores e saúde. E o melhor: sem precisar de diploma de químico e com ingredientes que você provavelmente já tem em casa!

Eu sei, eu sei. Quando a gente ouve a palavra “fermentação”, a primeira imagem que vem à cabeça é de algo estragado, com cheiro esquisito, que a gente joga fora correndo. Mas, ó, pode ir tirando essa ideia da cabeça! A fermentação é uma das técnicas mais antigas de conservação de alimentos, usada pelos nossos avós, bisavós e tataravós. É a prova de que, às vezes, as melhores coisas da vida são as que a gente resgata do passado.

Lembro como se fosse hoje da minha avó, lá no interior de Minas, com seus potes de vidro gigantes, fazendo picles de pepino, chucrute e umas bebidas que ela jurava que eram “remédio pra tudo”. Na época, eu achava aquilo tudo muito estranho. Mal sabia eu que, anos depois, eu estaria aqui, toda empolgada, tentando convencer vocês a fazerem o mesmo. É como dizem: “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. E a fermentação, meus amigos, me fisgou de jeito!

Mas afinal, que raios é essa tal de Fermentação Selvagem?

Calma que eu explico! A fermentação selvagem, ou fermentação natural, nada mais é do que deixar a natureza agir. A gente simplesmente cria um ambiente favorável para que os microrganismos do bem – bactérias e leveduras que estão por toda parte, no ar, na casca das frutas, nos legumes – façam o trabalho pesado. Eles comem o açúcar presente nos alimentos e, em troca, nos dão um monte de coisas boas: sabores complexos, vitaminas, enzimas e probióticos.

Pensa no pão de fermentação natural, aquele com a casca crocante e o miolo cheio de furinhos. Aquele sabor azedinho, inconfundível? É pura mágica da fermentação! O mesmo vale para o iogurte, o queijo, a cerveja, o vinho, o kombucha, o kefir... A lista é gigante! E o mais legal é que cada fermentado é único. O seu chucrute nunca vai ser igual ao meu, porque os “bichinhos” que moram na sua cozinha são diferentes dos que moram na minha. É ou não é a coisa mais personalizada do mundo?

Fazer seus próprios fermentados em casa é como ter um superpoder. Você transforma um simples repolho em um chucrute cheio de personalidade, um chá doce em um kombucha borbulhante e delicioso. E, de quebra, ainda dá um chega pra lá nos alimentos ultraprocessados, cheios de conservantes e nomes esquisitos que a gente nem consegue pronunciar.

Por que você deveria dar uma chance pra essa “modinha”?

Primeiro, porque não é modinha, é um resgate de tradição. Segundo, porque os benefícios são tantos que eu nem sei por onde começar!

1. É um banho de probióticos pro seu intestino: Sabe aquela história de que o intestino é o nosso segundo cérebro? Pois é, não é exagero! Um intestino feliz é sinônimo de mais saúde, mais disposição e até mais bom humor. E os alimentos fermentados são lotados de probióticos, as bactérias do bem que ajudam a equilibrar a nossa flora intestinal.

2. Turbina a imunidade: Com o intestino funcionando a todo vapor, o nosso sistema imunológico fica mais forte pra combater gripes, resfriados e outras doenças que vivem querendo nos derrubar. É como ter um exército de soldadinhos trabalhando a seu favor.

3. Melhora a digestão: Os microrganismos da fermentação fazem uma espécie de “pré-digestão” dos alimentos, quebrando as moléculas mais complexas. Isso significa que o seu corpo tem menos trabalho pra digerir a comida, o que ajuda a evitar aquela sensação de inchaço e peso depois de comer.

4. Aumenta a absorção de nutrientes: Além de tudo isso, a fermentação ainda ajuda o nosso corpo a absorver melhor as vitaminas e minerais presentes nos alimentos. Ou seja, você aproveita muito mais os nutrientes daquilo que come.

5. É uma terapia: Pode parecer bobagem, mas cuidar dos seus fermentados é um processo terapêutico. É um convite pra gente desacelerar, observar as transformações e se reconectar com o alimento. Ver as bolhinhas se formando, sentir os cheiros mudando... É uma delícia!

Tá, me convenceu! Por onde eu começo?

Agora que você já está convencido de que a fermentação é o caminho da felicidade, vamos ao que interessa: como começar? A minha dica de ouro é: comece pelo simples! Não adianta querer fazer um pão de fermentação natural super complexo logo de cara. A chance de dar errado e você se frustrar é grande. “Quem muito quer, nada tem”, já dizia a minha avó.

Que tal começar com um fermentado de legumes? É fácil, rápido e quase não tem como dar errado. Vamos fazer um picles de cenoura e gengibre? É uma delícia e fica pronto em poucos dias!

Receitinha de Picles de Cenoura e Gengibre pra Iniciantes:

Você vai precisar de:

  • 1 pote de vidro com tampa (de preferência, daqueles com fechamento hermético)
  • 2 ou 3 cenouras médias
  • 1 pedaço de gengibre (uns 2 cm)
  • Água filtrada ou mineral (sem cloro!)
  • Sal não refinado (marinho ou rosa)

Modo de preparo (que é mais um modo de montar):

  1. Primeiro de tudo, esterilize o pote de vidro e a tampa. É só ferver por uns 15 minutos e deixar secar naturalmente. Isso é mega importante pra evitar que bactérias do mal estraguem a nossa festa.
  2. Lave bem as cenouras e o gengibre. Não precisa descascar se forem orgânicos! A casca tem um monte de microrganismos do bem.
  3. Corte as cenouras em palitinhos ou rodelas, como você preferir. E o gengibre em fatias fininhas.
  4. Agora, a parte divertida: arrume os palitinhos de cenoura e as fatias de gengibre dentro do pote. Pode ir intercalando, apertando bem pra caber bastante. Deixe uns 2 ou 3 dedos de espaço livre até a boca do pote.
  5. Prepare a salmoura: pra cada 1 litro de água, use 1 colher de sopa de sal. Misture bem até dissolver tudo. A quantidade de água vai depender do tamanho do seu pote. O importante é que os legumes fiquem totalmente cobertos pela salmoura.
  6. Despeje a salmoura no pote, cobrindo completamente os legumes. Se algum teimoso ficar boiando, você pode usar um pesinho (um pires pequeno, uma pedra de rio bem lavada) pra manter todo mundo submerso.
  7. Feche o pote e deixe em um cantinho da sua cozinha, em temperatura ambiente e longe da luz direta do sol.
  8. Agora vem a parte mais importante: todo dia, uma ou duas vezes por dia, você precisa “arrotar” o seu pote. É só abrir a tampa rapidinho pra liberar o gás que a fermentação produz e fechar de novo. Se não fizer isso, a pressão pode ser tanta que o pote pode até explodir! (Aconteceu comigo uma vez, a cozinha ficou cheirando a vinagre por uma semana!).
  9. Depois de uns 3 a 7 dias, você vai começar a ver umas bolhinhas se formando e o cheiro vai ficar mais azedinho. É o sinal de que a mágica está acontecendo! O tempo exato depende da temperatura da sua cidade. Quanto mais quente, mais rápido fermenta.
  10. Quando você achar que está no ponto (prove um pedacinho!), é só fechar bem o pote e guardar na geladeira. Ele dura meses!

Erros comuns que todo iniciante comete (e como fugir deles!)

1. Medo de mofo: É normal aparecer uma camadinha branca na superfície da salmoura. Isso geralmente é uma levedura chamada “kahm”, que é inofensiva. É só tirar com uma colher e vida que segue. Agora, se aparecer um mofo peludo, colorido (preto, verde, rosa), aí não tem jeito. É sinal de que algo deu errado. Jogue tudo fora, sem dó, e comece de novo.

2. Usar água da torneira: O cloro da água da torneira mata os nossos “bichinhos” do bem. Por isso, use sempre água filtrada ou mineral.

3. Deixar os legumes boiando: Tudo o que fica em contato com o ar pode mofar. Por isso, é fundamental que todos os legumes fiquem submersos na salmoura.

4. Esquecer de “arrotar” o pote: Como eu já disse, isso é super importante pra liberar a pressão. Se você for muito esquecido, pode usar um pote com uma válvula de “airlock” (vende em lojas de insumos para cerveja caseira), que libera o gás sem deixar o ar entrar.

5. Ser apressadinho: A fermentação é um processo que leva tempo. Não adianta querer acelerar as coisas. Tenha paciência e curta o processo!

Expandindo os horizontes da fermentação

Depois que você pegar o jeito com os picles, o céu é o limite! Você pode se aventurar no chucrute (repolho fermentado), no kimchi (uma versão coreana apimentada), no kefir de água (um refrigerante natural probiótico) ou até no kombucha.

O importante é não ter medo de experimentar. A fermentação é uma arte, não uma ciência exata. Às vezes, as coisas dão errado, e tudo bem! Faz parte do aprendizado. O negócio é se divertir, testar novos sabores e descobrir um mundo de possibilidades que vai muito além do que a gente encontra no supermercado.

Eu, por exemplo, já fiz de tudo um pouco. Já fermentei beterraba, rabanete, pimentão... Já tentei fazer hidromel (uma bebida alcoólica de mel fermentado) que virou vinagre. Já matei umas colônias de kombucha por pura distração. Mas também já acertei muito! E a sensação de comer algo que você mesmo fez, cuidou e viu se transformar, ah, essa não tem preço!

É um convite pra gente voltar a ser protagonista na cozinha, a entender de onde vem a nossa comida e a participar ativamente do processo. É mais saúde, mais sabor e, de quebra, uma boa dose de orgulho a cada pote que a gente abre.

E aí, bora fermentar?

Espero que eu tenha conseguido plantar uma sementinha de curiosidade em vocês. A fermentação selvagem é um caminho sem volta, um vício do bem que transforma a nossa relação com a comida.

E agora eu quero saber de vocês! Já se aventuraram no mundo dos fermentados? Têm alguma receita de família pra compartilhar? Ou estão com medo de começar? Deixem aqui nos comentários as suas dúvidas, histórias e dicas. Vamos trocar figurinhas e fermentar juntos!

Um beijo e até a próxima!

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